segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ESSE POBRE SER... 31/08/2009


O que vai no mais profundo do saber? Como chegar ao interior do ser? A ganância do olhar insaciável... O mistério do mais sempre mais!
Parecem bárbaros em busca da caça! Parecem bêbados caídos ao chão! Parecem cegos ante ao que vê! Parecem loucos no coração.


E a aranha tece a teia...Linda! esplendorosa! Uma obra de arte! Mas ali está o “segredo”! Laçam bárbaros, cegos, bêbados e loucos! Agarram suas vidas seus egos, os levam aonde quer... E depois deles zombam! E os que escapam? Alguns poucos...

O caminho segue... o laço aperta...O bárbaro evolui, e fica indignado! O bêbado sóbrio agora chora... O cego agora enxerga, mas nada vê! O louco grita ao recobrar a lucidez: "Enlouqueci! Enlouqueci de vez"!

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Mas foi assim que tudo sempre foi! Desde o Éden onde tudo ocorreu... Foi assim que aconteceu! Foi assim que tudo acabou... Ou melhor que tudo começou...

E é assim que será: Vão de mar a mar... De norte a sul... Do oriente ao ocidente... No fervor de suas veias quentes , como um vulcão que se acendera!

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Até que num único momento... Ouvi-se um eco distante a soar: "Não; não são bárbaros! São perfeitos nômades! Não são cegos, e nem bêbados estão! Nem tão pouco loucos são! São apenas tolos como a insensatez! São mais fracos que um tímido ai! São mais carentes que a nostalgia... São como os que correm depois que chegam... São como os que lutam ante ao nocaute fatal... São apenas seres humanos quebrados, estão desesperados...por um pouco de amor"!

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E nessa corrida desenfreada poluem-se...

E as fontes de águas potáveis cada vez mais escassas!

E num desespero crucial, o meu grito ecoa no ar:

-Onde estão as águas puras e Cristalinas? Onde estão os manancias...?

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E nas indagações mais íngremes do meu ser, onde a desilusão encontrou prazer, e no mais profundo das minhas entranhas, ouço uma voz terna a me dizer:"Elas estão bem aí"! -Onde? Onde? Ooonde...!? Dentro de VOCÊ!



Benilda Lopes Rocha

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A BAILARINA 24/08/2009


És como a garça:

Pura emoção!
Quanta leveza!
Só a pureza,
Dessa terna canção!

Cada movimento
Cada gesto,
Cada olhar,
Nos faz delirar!

Quem dera nessa leveza
Pudesse te encontrar...
Onde queria estar
Em teus braços a me atrelar

Te levo pro azul
Te levo pras nuvens...
Venha, sinta meu pés
Como flutuam no ar

Eles só querem falar,
Do brilho do meu doce olhar,

quando estou a dançar...
Deixa esse chão;
Una-se seus pés aos meus!

Sinta meu coração...

Levar-te-ei às alturas do mar!
No profundo do céu!
No mais lindo pomar!
Na doçura do mel!

Vem...estou a bailar!
Vem mais perto...
Deixa-me te tocar!
Deixa-me te levar...
Deixa-me te amar!

Ser bailarina...
Tudo que amei!

Todo o meu cantar!
Tudo que sonhei!




Benilda Lopes Rocha





terça-feira, 18 de agosto de 2009

FORÇA INTERIOR 18/08/2009

Vivemos numa luta constante...
Uma corrida desafiante!
Superações impressionantes!
A tempestade está formada....
A força do vento estremece a alma
O desespero parece fatal!
Não há quem possa ajudar!
A vida corre pra lá e pra cá...
O maior desafio a nos calar!
Nossa impotência ante o turbilhão,
no envolto de nuvens escuras,
pensamos que tudo acabou...
Desejamos a própria morte em solução!

Prosseguir torna-se banal...
Mas em meio a escuridão,
Onde forças nenhuma pensamos mais ter,
Como uma raiz na terra seca a lutar,
Ressurgimos nesse poder!
E como num parto a consumar-se...
Na força em meio as fraquezas,
De um relutar d'alma em gemidos,
Renascemos das cinzas "negras"!
E na gota de um desejo ardente,
Num rebento interior,
Vencemos a dor... efêmera!
Perdemos o temor!
E o mar parece se aquietar...
Mas as ondas continuam lá!
Só então nos damos conta,
Que aprendemos surfar!
Voltamos às flores! Prá vida...
pros amores!
Nunca mais planto entre espinhos...
Nunca mais entre os rochedos!
Muito menos à beira do caminho...
Eu não; não quero nascer sozinho!

Enfim seremos eu e você!
Seremos do mar as ondas!
Da tempestade o vento!
Do rio o seu curso...
Da vida o saber! E eu vou dizer:
A maior conquista do viver,
é sempre renascer! Fitar em Deus e crer!
Basta-me o querer...
Eis o segredo do VENCER!


Benilda Lopes Rocha.




segunda-feira, 10 de agosto de 2009

PENSANDO NA VIDA... Reflexões... 10/08/2009



Não se pode ser assim... não se pode ser tão ruim...
Vou me deter no espetáculo das garças a voar! Vou me deter no choro dengoso de um bebê a embalar! Não quero enxergar o poço escuro do olhar... Quero sim ver o que de mais íngreme as emoções podem mostrar-me e como podem elevar-me e conduzir-me as maiores alturas do viver! Quero sentir o sentir do sentir, quero entranhar no mais misterioso obscuro do ser e penetrar ali todo o meu saber que se resumirá no afago do querer!
As folhas mortas estarão sempre aí, as vidas secas estarão por vir... Então; numa força tal, vejo-me envolver e nesse envolvimento, descubro que a fúria do vento leva-nos a agarrarmos no que pudermos, como pudermos e onde estivermos... Agarramo-nos em tantas coisas... É num orgulho bôbo, é numa vaidade sem sentido, é num egoísmo sem igual, é numa vingança consciente ou não, é numa marca do passado, numa ganância banal, nossa insegurança, num preconceito tal... Nos agarramos em coisas fúteis, em sentimentos mesquinhos...
E quando o vento passa, ficamos apenas com o que restou do poder da sua força: Míseros conceitos ao chão... Tudo destruído, tudo em vão... sonho sem realização... Ah, se pudéssemos olhar o horizonte! Quanta coisa boa nos poderiam vir desse olhar! Um simples olhar... mas com direção; fitos no Perfeito, o qual nos levaria a águas tranqüilas... onde refrigeraríamos a nossa alma... Andaríamos na vereda da justiça, como bem disse o rei Davi num de seus mais lindos poemas... mas, preferimos as águas impetuosas a alma aflita as injustiças o engano do poder! Somos assim: Homens e mulheres sedentos e insaciáveis...
Sempre buscando mais e mais... Não há nada e nem ninguém que nos satisfaça; e assim vamos vivendo, ou melhor, deixando de viver...E quando dermos conta, o tempo passou e o vento levou e nada mais restou... Então tentaremos em vão uma nova construção, e aí nos daremos conta que não agüentamos mais os tijolos... não conseguimos mais ver a areia... não temos mais tempo...
Precisamos mergulhar em nós mesmo, precisamos tirar as vendas, as máscaras! Precisamos encarar-nos frente a frente... rasgar as nossas vestes, humilhar-nos... olhar para dentro de nós! Esse é o momento: Quero vive-lo intensamente! tudo! todo o seu enredo, toda a sua estréia, toda a sua atuação, toda a sua consumação!
Vamos olhar o horizonte... mirar no Perfeito! E veremos o milagre da vida acontecer... Começaremos a enxergar os ribeiros... Notaremos que são deles que precisamos! Que eles nos bastam, que eles que vão saciar a nossa sede... embora tão pequenos! Mas puros, águas límpidas e cristalinas! E quando bebermos delas, nossos olhos clarearão e estaremos saciados então! E como num vôo rasante, estaremos perto do céu a nos perguntar: Porque demorei tanto para entender a simplicidade... a humildade... a grandeza do amor?
E então estaremos diante de uma única e simples verdade:
EU CRESCI.

Benilda Lopes Rocha, em 10/08/2009